segunda-feira, 13 de março de 2017

Eu podia estar estudando, eu podia estar aprendendo mas estou aqui fazendo vários nadas.

Eu tenho pressa. Sinto meu cérebro perder a vitalidade e em breve vou estar sem memória e sozinha. Meus pais se vão, meu irmão tem família e problemas e eu não tenho ninguém para cuidar de mim na velhice. Antigamente eu achava que tinha um plano D (não é B, é D, de desespero), mas hoje não tenho coragem e provavelmente vou perder minhas faculdades mentais e se não tiver quem cuide de mim, vou sofrer e sofrer sem nem saber o que é plano D.

Tenho que me concentrar e estudar. Perdi uma semana inteira porque tive problema de entender a pedagogia de um site no qual me matriculei e fiquei perdida entre videos e videoa e matérias sem saber o que fazer. Como uma coisa simples para mim é tempestade quando eu não entendo o que está acontecendo, simplesmente não fiz nada. Estou há dois dias sem dormir. Mas amanhã prometo para mim que vou me erguer e voltar a estudar, não sei se dá tempo de ver tudo, mas alguma coisa é melhor que nada.

Meu plano é voltar a trabalhar. A universidade vai me ajudar nisso porque vou ter que ter uma rotina e há mais de dez anos que rotina é um grande problema. Preciso fazer algo que me renda algum dinheiro. Preciso dar algum conforto a meus pais e preciso ter algum dinheiro pra ir para algum asilo quando eu não tiver mais ninguém.

Tenho um namorado muito fofo. Se chama André, é meu grande amigo. Nos vemos pessoalmente algumas vezes, mas ele mora longe. Ele é uma pessoa que me acalma, me põe nos eixos, amo muito meu novinho. Mas dentro de mim, no fundo de meu coração, tenho trauma de tanta gente que já passou por minha vida e não aguentou a bipolaridade. Ele diz que aguenta. Namoramos virtualmente há quase três anos mas eu acho que ninguém seria capaz de se doar ao ponto de me levar pra vida sabendo que eu posso ser uma idosa débil. Não adianta ninguém ficar dizendo que estou exagerando... Eu tenho uma memória tão curta, tão ruim, além de um histórico de "caduquice" bem preocupante na família.  E não tenho coragem de arrastar ninguém para minha vida sabendo que vai sofrer por minha causa. As cicatrizes que Fernando deixou não curaram, são cruéis mas reais e eu não posso seguir adiante sem olhar para elas objetivamente e traçar alguma estratégia para sobreviver.



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