sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Mas, afinal, o que é TAB?

TAB= Transtorno Afetivo Bipolar.

Sim, mas... e daí? Olhando palavra por parlavra num bom dicionário de Língua portuguesa já podemos inferir que transtorno corresponde a algo que não funciona bem. Ou então que não está de acordo com os parâmetros tidos como "normais" ou "comuns". Afetivo podemos relacionar à questão do afeto, da relação e seleção que temos sobre tudo o que nos cerca, quiçá o juízo de valor e o apreço que damos às coisas. E bipolar seria aquilo que contém dois pólos: positivo ( + ) e negativo ( - ).

Bem, mas não é tão simples e as definições que tenho pesquisado não são muito fáceis de entender na primeira lida. Humm... alguém já ouviu falar que um fulano era maníaco-depressivo? Eu já. Há alguns anos o bipolar era tido como maníaco depressivo, devido a oscilar de humor (mania é o pólo positivo, depressão o negativo). Porém esse termo ficou muito popular e foi perdendo seu sentido. Já ouvi dizerem de alguém ser maníaco depressivo por viver em depressão, como se tivesse mania de estar deprimido, e não é nada disso.

Na verdade esse alguém que levava o rótulo de maníaco depressivo tão de graça nem depressivo era. Gostava de ser "dark", do estilo grunge e da teoria "nada presta, então quero morrer... ou um chocolate pra esquecer". Creio que muitos já vimos pessoas que se vestem de preto, levantam bandeira suicida e se dizem maníaco-depressivas. Hoje está muito na moda, por exemplo, o estilo "emo". Não critico o estilo de ninguém, mas vamos separar as coisas. Achar bonitinho ser "down", chamar a atenção através de roupas, comportamentos e estilo ditados por um grupinho é uma coisa e estar doente é outra. Esse pessoal que persiste em seguir uma linha "depressiva" , ou melhor, GÓTICA, não é, portanto, maníaco depressivo como alguns teimam em afirmar.

O termo "psicose maníaco-depressiva", utilizado primeiramente para definir o TAB foi abandonado, segundo o Dr. Rodrigo Marot porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. Segundo ele, "Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Provavelmente nos próximos anos surgirão novos subtipos de transtornos afetivos, melhorando a precisão dos diagnósticos. Por enquanto basta-nos compreender o que vem a ser o transtorno bipolar. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva."

MAS, AFINAL, O QUE É TAB?

Em alguns sites, como este , o TAB e o TBH (transtorno bipolar do humor) são correlatos. Isso me faz pensar no porquê do afeto e do humor estarem muitos ligados na conceituação do bipolar. Fico na dúvida se são sinônimos ou não. Essa dúvida cresce a cada vez que leio, mas isso não é o principal nessa história. O que importa é que "O TAB é considerado uma doença psiquiátrica muito bem definida e, embora tenha um quadro clínico variado, é um dos transtornos com sintomatologia mais consistente na história da psiquiatria. Sua forma típica (euforia-depressão) é bem caracterizada e reconhecível, permitindo o diagnóstico precoce e confiável. " (site psiqweb)

Ainda segundo o portal PsiqWeb,

"Normalmente sentimos alegria, tristeza, medo, ousadia, energia, desânimo, eloqüência, apatia, desinteresse, enfim, em diversos momentos de nossa vida, com maior ou menor intensidade uma grande variedade de sentimentos são experimentados. De modo geral, é normal a pessoa ficar alegre com uma promoção no emprego, com uma conquista amorosa, nascimento de um filho e outras situações agradáveis. Assim como se espera, também, que a pessoa normal experimente tristeza e sofrimento depois de um rompimento amoroso, com doença ou morte de pessoa querida, com a perda do emprego, dificuldades financeiras, etc.

Resumindo, em situações normais o estado de humor ou de ânimo deve variar ao sabor dos acontecimentos da vida e de acordo com a tonalidade afetiva de cada um. Essas respostas emocionais podem ser adequadas e proporcionais aos estímulos externos, que são as vivências, ou desproporcionais e inadequadas. Neste caso, em resposta aos estímulos internos, que são as oscilações do humor ou alterações afetivas. "

É isso, então o que define o bipolar: nossos altos e baixos não são de superação tão fácil como seria para a maioria das pessoas. Somos o 8 ou 80 (ou 8 - 800) em certas fases de nossa vida. E isso geralmente prejudica nossos relacionamentos. É exatamente por isso que precisamos de ajuda, de tratamento. Enquanto não observarmos as reações que decorrem de nossas ações e o estrago para nosso sossego individual (problemas de relacionamento com as pessoas e consigo mesmo - este último, para mim ainda é mais sofrível, depois conto o porquê) não poderemos parar para uma auto-análise que nos mostre o momento em que estamos mudando de velocidade, de pólo.

Nos proximos posts quero comentar os tipos de transtorno afetivo bipolar e suas características.

Um beijo sabor arroz temperado com feijão recém cozidinho (pra "cair na real": o tempo de festas está acabando, pow! Vamos voltar pras nossas vidinhas, mas com gostinho de mudanças)

Deni.