sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Medo

Amanhã pretendo viajar para comemorar o aniversário de minha avó, mas estou tremendo de medo. E esse medo me irrita! Não é medo de transporte, nem de nada que eu entenda como lícito. É mesmo medo de estar no meio das pessoas, de ter de dividir meu espaço, de conversar, de sair de minha zona de conforto. Meus parentes são muito alegres, religiosos, atenciosos, mas mesmo assim estou desde ontem com dores de barriga, tonturas... Pavor.

Eu nem comentei com minha mãe senão ela ia ficar preocupada e não ia viajar para a festa da mãe dela. Arrumei minha malinha e estou sem fôlego, tomei calmante, mas não quero desistir. Minha avó ligou para cada neto e exigiu a presença, não quero deixa-la triste, e no fundo sei que encontrar minhas primas vai ser divertido. Mas estou com medo... Como explicar?? Eu nem sei descrever o que estou sentindo... Não é mau pressentimento, nada disso. Simplesmente uma agonia que caminha lado a lado da certeza de que tudo vai ficar bem.

Só por sentir isso já me sinto A esquisita. Fico me imaginando com o celular na mão fazendo qualquer coisa boba para não ter de ser obrigada a fazer nada que eu não queira. E imagino meus tios falando/fazendo besteira - melhor não comentar, parar por aqui.

Ah, quem lê pode pensar que é uma viagem longa, mas na verdade vou chegar lá no sábado à noite e partir no domingo após o almoço. Pode rir da minha cara e dizer que é uma bobagem sem tamanho, que é idiotice minha. Eu sei, mas saber não muda nada.

sábado, 29 de setembro de 2012

Revolta

Hoje é sábado, está chuvoso, frio e eu estou na cama com o pc toda a me coçar com o cabelo sujo, pêlos grandes, sem vontade de fazer nada a não ser comer doce. Meus pais fingem que está tudo bem e não falam nada e eu evito de encontrá-los dormindo o máximo durante o dia. Tenho vergonha de falar sobre meu estado, pois pareço uma mulher das cavernas em todo mau sentido que possa ter.

Fiquei assim desde a terça feira: cheguei maravilhada com minha noite no trabalho: estava tudo muito perfeito, eu tinha ajudado bastante e queria ter com quem conversar, mas não tinha ninguém, fiquei chateando meu pai que estava muito cansado e depois senti uma solidão enorme. Minha quarta foi de agonia: não consegui nem dar atenção à Beatriz: dormi muito... Acordei em cima da hora, corri para me arrumar e pai quis gentilmente me dar um rádio para escutar durante o banho, pois música realmente motiva. O problema é que interpretei essa gentileza como se fosse sinal de que eu fosse muito retardada, de que eu precisasse sempre de alguém do lado limpando minha baba (acho q o carrasco mental despertou com toda a fúria)... Quem disse que consegui entrar no banheiro? Pedi para todo mundo sair mas lá fiquei encostada na parede, pensando coisas sem fundamento e depois saí correndo, me tranquei no quarto, só despertei quinta com o celular avisando que era hora do remédio.

Na quinta fiquei com vergonha de não ter ido ao trabalho e com uma sensação grande de derrota. E ver meus pais querendo me ajudar sem saber como me deixava mais angustiada... Eu só pensava em morrer, mas até esse pensamento era angustiante, porque para mim seja viva ou morta, eu só causo desgosto para meus pais. E não quero causar dor a eles, não quis conversar com a psicóloga, estava muito mal pra isso e com os pensamentos muito confusos. Na verdade eu não entendia nem o que estava sentindo, não sabia dar nome a esse rancor de ser tão estranha. E às vezes desejava muito que meus pais me batessem, que fossem maus comigo, porque a bondade deles me castiga demais...

Sexta conversei com meus pais e expus minhas angústias em relação à escola, meu medo de que achassem que eu falto por brincadeira, a sensação de que faltava um relatório, alguma orientação sobre meu caso para os coordenadores e painho disse q ia lá conversar com o diretor. Eu esperava mesmo isso dele... Fiquei esperando ansiosa, mas não fui junto, queria q pai explicasse, mas eu não queria ir (Falta de lógica, mas na hora tinha uma lógica total). Fiquei quase sem respirar até painho voltar. Mas ele disse que a escola estava escura e ele voltou pensando que não houvesse ninguém. Esqueci de dizer que a biblioteca fica escura e é o que primeiro se vê. Fiquei pra morrer. Mordi a lingua, mordi as mãos, e consegui guardar a ansiedade extrema só pra mim, não xinguei (ele não teria culpa, mas eu o xingaria na mesma tempos atrás), fiquei doida.

Hoje acordei mais aliviada, provavelmente porque não tenho a pressão de ter de ir para a escola...






quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.."

Já são cerca de cinco anos de tratamento "intensivo", voltado à bipolaridade e sinto que estou apta a um maior convívio social. Eu disse apta, não "pronta", porque ainda estou trilhando a melhora com as mesmas dificuldades, porém enxergando melhor o que acontece ao redor e dentro de mim. Sei que não voltarei a ser como eu era antes, mas eu NÃO QUERO nem sequer PODERIA ser como antes.

Albert Einstein disse que "A mente que se abre a uma idéia, jamais voltará ao seu tamanho original" . Gênio!! É exatamente isso o que sinto.

Meu corpo está pior que antes. Ando mais quebrada que ponto em serviço público. Estou com mais problemas e limitações: Tenho crise de ansiedade que me faz tremer muito, meu hirsurtismo piorou de modo a me provocar situações constrangedoras e inusitadas, minha glicemia já passou do limite pré-diábético, tenho insônia e sonolência exagerada, ou melhor, distúrbio do sono. Também tenho compulsão por internet, o dobro do peso de quando tudo começou, já tive intoxicação de litio que me deixava parecendo uma bêbada, pressão oscilante, problemas na pele e nos dentes por causa de habitos da depresão, etc, etc..

No entanto, o carrasco que me agride em meus pensmentos tem menos força agora. Essa pequena vitória vale muito. Vale uma moeda de paz. Vale mais que ser uma lindo modelo e sofrer transtornos alimentares pelos martírios de seu carrasco particular. .

Sempre me achei preguiçosa. Meu carrasco infernal disse, aliás, gritou, que a preguiça me deixava desleixada, inferior, dependente, incapaz de coisas simples, uma mulher incompleta, um estorvo para meus pais, uma professora medíocre que mal assinava cadernetas, nem sabia se vestir, tão masculinizada que não sabia cruzar as pernas. Tão preguiçosa que não passava perfume, nem batom, nem fazia unha e nem sequer menstruava. O carrasco berrava, gritava que eu era indigna de ser mulher, com essa preguiça de lavar um copo, emporcalhando a própria casa de lixo das caixas de comidas prontas por preguiça de cozinhas. Ele ria desgraçadamente do banheiro que fazia nojo, mais imundo qu banheiro de rodoviária e me deixava louca se alguém dizia que ia fazer uma visita, por exemplo. O carrasco me azucrinava dizendo que eu não poderia ser mulher se era incapaz de ter um filho. E pisava, num sarcasmo macabro, em todas as possibilidades de eu me sentir gente, dizendo que era até melhor ser assim. Que "Deus" não me deixou ter filho para não mata-lo à fome e negligência.

Como eu poderia OLHAR o mundo ao redor com carrasco tão cruel?

Tem muito mais coisa que esse carasco usava para me maltratar... Essas foram algumas que eu identifiquei no tratamento. Foram sessões e sessões para ao menos identificar o que estava sentindo, porque de fato eu não sabia. E minha psicóloga, Taysa Isidoro (sonoro esse nome, não é?) me disse que esse carrasco na verdade eram minhas próprias crenças. E ensinou a investigar se era tudo realmente verdade.

Descobri que muita coisa sim, descobri que muita coisa não e descobri que muita coisa ainda devia ser melhor pensada.

 "A mente que se abre a uma idéia, jamais voltará ao seu tamanho original"

Comecei a ver, por exemplo, que realmente sou incapaz de fazer faxina, mas estamos no séc XXI e posso trabalhar e pagar alguém para fazer isso por mim (confesso que isso só melhorou em 20 % pra mim, ainda preciso me convencer mais. O carrasco r do meu argumento e mostra o banheiro sujo)

Comecei a imaginar e a timidamente a sonhar em adotar uma criança (70 % melhor, mas o carrasco diz que apesar de EU SER UMA ÓTIMA TIA - sim, ele, ou melhor , eu reconheço, gente- que não vão deixar uma criança ser adotada por uma bipolar com meu histórico. Mas eu já revidei: "Veremos")

Pensei que eu poderia estar apta a voltar a trabalhar e que isso poderia me ajudar bastante nesse momento ( Fiquei 45 % melhor, mas o danado, cafajeste, salafrário, desapracatado do carrasco disse que minhas tremedeiras vão ser motivos de riso e que adolescentes são cruéis e isso realmente me deu medo)

Tentei ficar feminina e mais arrumadinha:
     - Dei relaxamento no cabelo (mas esqueci de hidratar -.-')
     - Juntei meus dentes ( isso sim me deu um prazer enorme, apesar que muita gente nem percebeu, mas eu achei lindo e ainda fico sorrindo toda a vez que vejo um espelho, só para vê-los.)
     -Comprei um sapato de saltinho, e fiquei desfilando para deleite de Dona Carminha (minha mãe)
que ria demais de meu desengonçamento. Me perguntaram lá em casa se eu tava treinando pra pinguim e o bicho era tão desconfortável que me encabulei, fui na loja e troquei por sandálias, uma bolsa mochila esquisita e uns trequinhos) [Eu não entendo como em mania eu andava tão poderosa em cima de sapatos de drags, cada salto...]
     - Tentei usar batom e brinco mas os coitadinhos eram mais esquecidos que fórmula de matemática em dia de prova...
     - Pesquisei sobre perfumes, saí comparando que nota combinaria com que personalidade, li, pesquisei, compaerei, sonhei, imaginei, decidi e comprei "Secret" da natura. Quando chegou vi que tinha cheiro de tutti fruti -.-' extremamente doce, aquilo me enjoava mais que glacê de bolo de gordura vegetal. Eu me sentia um chicletinho big big com duas pernas.
Mas quando percebi, o carrasco não estava ali. Não sei se ele foi trocar de calças depois de ter feito xixi nelas de tanto rir, não sei se ele viu que pra me ferrar nesse quesito, ele não precisava fazer nada e tirou folga, só sei que isso não me fazia diferença, algo mudou, que isso tudo não era mais tão importante assim, não me machucava ser tão matuta, arredia nessas coisas.
     - Teve o caso das unhas também, mas é melhor deixar pra lá...

A mente estava mais larga. Ainda não estava tamanho G, mas digamos que a mente, ao contrário do corpo, fica mais saudável quanto mais engorda.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Momentinho de Inspiração

DIA DA POESIA

Um pequeno HAIKAI para brindar:

Murmuro: "Quero deixar nas nuvens minhas pegadas..."
E me dizes: "É efêmero, elas logo dissolvem-se ao léu"
Sorrio enigmática: nada tira o prazer das minhas caminhadas no céu.

(Denise Dória)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O que fazer quando a atitude de uma pessoa que a gente ama demais mostra que ela não nos valoriza tanto quanto diz? Tou tão decepcionada, amigo... :(

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Medo quando vêm as más lembranças, a raiva incorpora minha personalidade e me vejo fazendo ódio com amor...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dormir... é fuga, é pedido de ajuda... Mas minha mãe fica tranquila de ver meu corpo em cima da cama... inerte, mas perto. E eu tão sozinha dentro de mim...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

IDENTIFICAÇÃO TOTAL


Trantorno de Personalidade Ansiosa (evitação)

Como se caracteriza ?
Caracteriza-se pelo padrão de comportamento inibido e ansioso com auto-estima baixa. É um sujeito hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo e desconfiado, com dificuldades sociais. É tímido e sente-se desconfortável em ambientes sociais. Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros.
Aspectos essenciais

*É facilmente ferido por críticas e desaprovações.
*Não costuma ter amigos íntimos além dos parentes mais próximos.
*Só aceita um relacionamento quando tem certeza de que é querido.
*Evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas seja intenso, mesmo que venha a ter benefícios com isso.
*Experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto socialmente.
*Exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora de sua rotina. Por exemplo, cancela encontros sociais porque acha que antes de chegar lá já estará muito cansado.

Dr. Rodrigo Marot
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